Ebel

Sob a direção de Pierre-Alain Blum, a prioridade da empresa passou a ser a qualidade dos produtos Ebel, razão pela qual recusou categoricamente transferir parte da produção para a Ásia. Para ele, era inclusive impensável fazer a produção das caixas, das braceletes e dos mostradores fora da Suíça. Ainda hoje, a marca Ebel é sinónimo de fabrico de qualidade suíça. Os relojoeiros de La Chaux-de-Fonds fabricaram movimentos mecânicos, mas também de quartzo. O desenvolvimento e a utilização de calibres automáticos contam com uma longa tradição na marca Ebel. Em 1928, a empresa suíça apresentou o modelo automático Ebello, um relógio de bolso com um estojo de correr. O mecanismo de correr patenteado permitia dar corda ao tambor. O ano de 1955 foi um ano áureo para a marca, visto que esta apresentou o calibre 96 de corda manual em ouro maciço, com apenas 1,7 mm de espessura.

O calibre automático 137 é uma das últimas inovações da marca, desenvolvido em colaboração com a Nouvelle Lémania. Os suíços demoraram 5 anos a desenvolver este calibre cronográfico, que foi lançado pela primeira vez em 1995. Os construtores inspiraram-se no movimento Lemania 1340, de 1973, e no seu sucessor, o Lemania 1352. Este último trata-se de um calibre automático com stop-seconds, indicador de 24 horas e reserva de marcha de 44 horas. A autonomia do calibre 137 da Ebel alcança as 48 horas. A corda recebia a sua carga a partir de ambos os sentidos de oscilação. O calibre media 31 mm de diâmetro e 6,4 mm de espessura e recebeu o certificado de precisão cronométrica atribuído pelo COSC pela sua elevada precisão. Equipava, por exemplo, a coleção 1911 BTR. Os calibres automáticos 139, 240 GMT e 288 com calendário perpétuo também faziam parte desta coleção.

Desde os primórdios da empresa que Eugène Blum e Alice Lévy dedicaram muita importância à componente estética dos seus relógios de pulso, sobretudo Alice, com o seu sentido de estética e o seu amor ao detalhe. Com efeito, a marca lançou um modelo nos anos 20 com caixa octogonal e ainda braceletes incrustadas de brilhantes, esmeraldas e onyx. As braceletes de decoração requintada são uma característica distintiva da marca. A bracelete com padrão ondulado, introduzida em 1977, foi concebida pelo designer suíço Eddy Schoepfer, quem Pierre-Alain Blum encarregou de conceber um "relógio típico da Ebel", é, até aos dias de hoje, o emblema da marca. O resultado foi o relógio Sport Classique, com 5 parafusos de ouro na parte da frente da caixa, a sua bracelete perfeitamente integrada na caixa e, claro, a característica bracelete com padrão ondulado.

O Sport Classique é um relógio sobretudo masculino. Evidentemente, a característica bracelete encontra-se também nos modelos das coleções femininas, por exemplo nas linhas Classic e Wave. A bracelete destas séries combina geralmente o aço inoxidável com o ouro. Na coleção Classic, os 5 parafusos em ouro na frente da caixa encontram-se em evidência. A luneta destes modelos é engastada com cerca de 40 diamantes, tal como algumas versões das linhas Beluga e Brasilia, que possuem também diamantes engastados. A última distingue-se pela sua caixa quadrada e evoca a forma dos relógios de fabricantes renomados, como Cartier ou Jaeger-LeCoultre. Já os relógios da coleção X-1 combinam valores tradicionais com contemporaneidade, e seduzem com materiais como a cerâmica branca ou preta.

A Ebel lançou várias campanhas publicitárias na década de 80, tendo por embaixadores algumas lendas do mundo do desporto, como os tenistas Boris Becker e Andre Agassi. A modelo Claudia Schiffer era também uma embaixadora. A marca tem ainda uma outra faceta que poucos conhecem: restaura edifícios antigos, o que condiz perfeitamente com o seu slogan "arquitetos do tempo". Foi responsável pela restauração da fachada em tijolo de um edifício no coração de Manhattan, onde hoje está sediada a sua representação nos Estados Unidos. A marca tem o seu departamento de relações públicas na Villa Turca em La Chaux-de-Fonds, concebida pelo célebre arquiteto Le Corbusier.