IWC Ingenieur

Destaques do IWC Ingenieur

• Proteção antimagnética até 46.500 gauss
• Caixa em titânio, cerâmica, ouro vermelho ou aço
• Modelos vintage de coleção raros e valiosos
• Turbilhão com mecanismo de força constante
• Vasta coleção dedicada ao automobilismo

IWC Ingenieur: fascínio pela técnica

O desenvolvimento do Ingenieur espelha o progresso técnico da nossa era. No século XX, a eletricidade e os motores elétricos começaram a ganhar popularidade na vida quotidiana das sociedades industrializadas. Estas inovações geravam campos magnéticos que constituíam um perigo para a precisão de marcha dos relógios. Os componentes mais delicados e sensíveis à influência negativa do magnetismo são a espiral do balanço e o escape. Algumas profissões eram particularmente afetadas por este problema. A injeção elétrica de combustível nos motores dos aviões cria uma potente fonte de magnetismo e, por esse motivo, em 1948, a IWC decidiu desenvolver um relógio de piloto com uma caixa interna de ferro macio para neutralizar o magnetismo. O relógio oficial adotado pela Força Aérea Real Britânica, o IWC Mark 11 de 1948, também contava com esta proteção antimagnética. Atualmente, todos os relógios de piloto no mercado têm de ser antimagnéticos. Esta característica faz parte dos critérios da norma DIN 8330 para relógios de piloto, introduzida em 2016 pelo Instituto Alemão de Normalização.

Na década de 1950, a procura de relógios de pulso antimagnéticos cresceu exponencialmente. Nas instalações de alta tensão, na engenharia mecânica e nos centros de investigação nuclear como o CERN em Genebra, os campos magnéticos são fortíssimos. Perante a necessidade de relógios mais robustos, a IWC lançou em 1955 o primero IWC Ingenieur com o número de referência 666. Este modelo estava disponível em duas versões: uma com janela para a data (calibre 8521) e outra sem data (calibre 852). A caixa interior e o fundo fabricados em ferro macio garantiam uma resistência de até 1.000 gauss (80.000 A/m) . Segundo a norma DIN 8309, um relógio antimagnético deve ser capaz de resistir a campos magnéticos na ordem dos 60 gauss. O primeiro Ingenieur oferecia, pois, uma resistência bastante elevada. A caixa era estanque até 100 m de profundidade. O primeiro calibre com que este modelo foi equipado oscilava a uma frequência de 19.800 alternâncias por hora, um valor pouco comum, já que na década de 1950 a maioria dos relógios oscilava a uma frequência de 18.000 A/h. O novo IWC foi concebido especificamente para engenheiros, pilotos, químicos e médicos. Geralmente, a maioria das pessoas prefere a versão com o preço mais acessível, sem data. Trata-se de uma peça com um estilo clássico e elegante, caracterizado pelos seus ponteiros dauphine.

Depois de ter sido alvo de pequenas modificações, o Ingenieur foi finalmente completamente reestruturado em 1975. O novo design ficou a cargo de Gérald Genta , que também concebeu o estilo inconfundível do Royal Oak da Audemars Piguet. Os cinco parafusos na luneta passaram a fazer parte da assinatura de marca do Ingenieur. A IWC acrescentou as letras SL ao nome do modelo e começou a alojar um movimento de quartzo no seu interior. Em 1989, o Ingenieur conhecido por 500.000 A/m bateu o recorde de resistência aos campos magnéticos: não só era capaz de resistir aos 500.000 amperes por metro que fazem parte da sua designação, como superou esta barreira, resistindo a 3,7 milhões de A/m (cerca de 46.500 gauss) produzidos por uma ressonância magnética nuclear. Para alcançar este feito, a IWC fez uso de uma espiral especial antimagnética, fabricada numa liga paramagnética de nióbio e zircónio. Assim, a caixa interna em ferro macio passou a ser desnecessária para proteger o movimento. A Omega segue este mesmo conceito com as suas espirais fabricadas em silício.

Na atual coleção da Ingenieur, o único modelo dotado de uma caixa interior em ferro macio para proteger o movimento dos campos magnéticos é o clássico Automatic (referência 3239). Nos outros modelos, a IWC opta por um visual mais desportivo. Inspirada pelos desportos motorizados, a linha oferece relógios com uma função de cronógrafo. Os campeões da Fórmula 1 Lewis Hamilton e Nico Rosberg contam com uma edição especial dotada de caixas em titânio. A marca também concebeu um relógio de caráter retro em honra do lendário piloto de Fórmula 1 Rudolf Caracciola (1901-1959), bem como uma versão Mercedes W 125 de 1937 que presta homenagem ao seu carro desportivo.

A cooperação com a Mercedes manifesta-se nos modelos Ingenieur através da integração das letras MG na designação dos modelos. Trata-se de uma divisão da Mercedes responsável pelo fabrico dos modelos mais desportivos. O Ingenieur Automatic AMG distingue-se por possuir uma caixa de fibra de carbono, bem como mostrador e correia pretos.

Em termos técnicos, uma das versões mais complexas é o modelo Tourbillon de Força Constante . Trata-se de uma edição limitada a 50 exemplares, que não surpreende apenas por integrar um turbilhão, como também pela sua impressionante autonomia de 96 horas e uma indicação de reserva de marcha. Além disso, oferece uma visualização perpétua das fases da lua, fases duplas da lua para os hemisférios norte e sul, bem como uma indicação de contagem decrescente até à próxima lua cheia. A caixa apresenta um diâmetro de 46 mm e é fabricada em platina e cerâmica ou ouro vermelho e cerâmica.

IWC Ingenieur: guia de compra

Se é fascinado por relógios técnicos e pretende adquirir uma peça robusta e masculina de caráter desportivo, sugerimos que dê uma vista de olhos no IWC Ingenieur. Este relógio concebido na década de 1950 com um fim bem especifico dirige-se atualmente a um público bastante mais vasto.

O modelo automático com o número de referência 3239 assemelha-se bastante ao modelo original. É o único que ainda alberga uma caixa interior de ferro macio para proteger o movimento do magnetismo. Com um diâmetro de 40 mm, a caixa tem um tamanho ideal para quase todos os pulsos. Este relógio alberga o calibre 2892 da ETA. A IWC prescinde de um calibre de fabrico próprio para oferecer um relógio com uma excelente relação qualidade-preço. Um Ingenieur Automatic por estrear custa aproximadamente 4.500 euros. Contudo, se pretende adquirir um dos primeiros modelos fabricados pela marca, deverá procurar os modelos vintage com a referência 666 e 766. Estas peças têm atualmente um elevado valor de coleção. Os Ingenieur da década de 1970 desenhados por Gérald Genta também são peças muito cobiçadas pelos amantes da relojoaria. Na altura, foram comercializados em edições limitadas que, hoje em dia, são verdadeiras joias de relojoaria. Um dos modelos mais procurados é o relógio com a referência 1832. O seu preço alcança os 10.000 euros, porém, se for vendido com os documentos e a caixa original o seu valor aumenta.

Se pretende adquirir um Ingenieur Perpetual Calendar Digital Date Month, conte com uma verba de mais de 30.000 euros. Este modelo é dotado de uma série de complicações, como um calendário perpétuo e um cronógrafo flyback. Uma das características mais apelativas é a indicação digital da data e do mês posicionadas à direita e à esquerda sobre o eixo central. A caixa de 46 mm de diâmetro e 17 mm de espessura é fabricada em titânio e é dotada de um fundo em vidro de safira. O Perpetual Calendar Digital Date Month é a peça mais sofisticada da linha Ingenieur. A par do modelo Constant-Force Tourbillon, este relógio é prova da perícia técnica da IWC.

A versão de platina do Constant-Force Tourbillon é uma das peças mais caras do catálogo da marca. Um exemplar por estrear alcança os 200.000 euros.

International Watch Company desde 1868

A IWC contava já com uma longa tradição quando lançou o modelo Ingenieur. O relojoeiro e engenheiro norte-americano Florentine Ariosto Jones (1841–1916) fundou a "International Watch Company" na cidade de Schaffhausen. O empresário de Boston tinha a intenção de produzir relógios suíços a baixo custo para depois os vender a preços elevados nos Estados Unidos. Contudo, os elevados impostos das exportações acabaram por dificultar a comercialização do produto. Até 1978, a IWC permaneceu nas mãos da família Rauschenbach/Homberger. Depois da crise do quartzo, entre 1978 e 2000, a empresa mudou várias vezes de proprietário. Desde o ano 2000, faz parte do grupo empresarial Richemont, que integra outras prestigiadas marcas como a A. Lange & Söhne, a Cartier e a Panerai.