Omega Seamaster Cosmic

O Seamaster faz parte do catálogo da Omega desde 1948. Nenhuma outra coleção da marca conta com uma tradição tão longa como esta. Os modelos Cosmic, lançados pela primeira vez em 1966, constituem um marco importante na história do Seamaster: são uma confirmação de que o icónico modelo é muito mais do que um relógio de mergulho. Algumas versões do Cosmic são simultaneamente clássicas e desportivas, mesmo aquelas com caixa de ouro. Já outras apresentam o design de um típico relógio de mergulho.

A coleção Seamaster Cosmic é composta por inúmeros modelos diferentes. Uma característica comum a todos eles são os ponteiros e os índices em forma de bastão, que conferem a este relógio um visual depurado e sóbrio. Uma caixa oval ou em formato tonneau de aço inoxidável ou ouro amarelo contorna os mostradores redondos. Também estão disponíveis caixas banhadas a ouro.

A Omega fabrica o Seamaster Cosmic com uma caixa "unishell" de uma só peça com fundo fixo, pelo que para fazer a manutenção ao relógio é necessário abrir a parte lateral do mostrador, o que compromete naturalmente a sua estanquidade que é de apenas 30 m (3 bares). Com o lançamento do Cosmic 2000, a caixa passou a ser fabricada em duas partes. Neste caso, o mecanismo está localizado numa caixa denominada de "extra" que está fixada à caixa exterior através de um anel vedante. O vidro e o fundo são, por sua vez, pressionados na caixa. Esta construção não só torna a abertura do relógio para manutenção mais fácil, como também aumenta a sua estanquidade para 60 m (6 bares).

Tratando-se de um relógio antigo dos anos 1960 e 1970, o Seamaster Cosmic tem um tamanho relativamente pequeno para os padrões contemporâneos. Alguns modelos têm um diâmetro de apenas 33 mm, embora a maioria meça 35 mm. Com 38 mm, o Cosmic 2000 "Jumbo" de meados dos anos 70 é um pouco maior. Estes relógios são animados exclusivamente por calibres mecânicos de corda manual ou automática, alguns dos quais oferecem uma função de data ou de day-date.

Se é um apreciador de relógios vintage, o Omega Seamaster Cosmic é claramente uma excelente escolha. Este relógio conta com uma história de 40 anos e a época de que provém é imediatamente reconhecível. Apesar disso, não parece um relógio antiquado nem fora de moda. Pelo contrário, é até bastante elegante e confortável de usar, especialmente em pulsos mais finos.

Os primeiros modelos albergam quase todos calibres de corda manual como o 601 ou o 613. A geração de relógios seguinte passou a albergar movimentos automáticos como o calibre 552, 562, 565 ou 752. Os relógios com calibres manuais são particularmente interessantes. Um modelo de aço inoxidável em bom estado de conservação e sem data custa cerca de 460 euros. Já o modelo automático com data e caixa banhada a ouro custa cerca de 580 euros, um preço que se mantém dentro do razoável. Se preferir um Cosmic com caixa de ouro amarelo de 18 quilates, o preço ascende aos 900 ou 1.100 euros.

Em 1972, o Cosmic 2000 veio enriquecer a linha Seamaster Cosmic. Dotado de uma caixa maior (38 mm), este relógio é, mesmo para os padrões contemporâneos, bastante imponente. Os modelos desta versão são considerados muito robustos e, se a sua estanquidade não estiver comprometida, podem mergulhar a profundidades de 60 m (6 bares).

Geralmente, albergam o calibre 1012, um movimento automático com janela para a data e 23 rubis, que oscila a 28.800 A/h (4 Hz). Este relógio tem 27,9 mm de diâmetro e apenas 4,25 mm de espessura. Outro calibre utilizado para equipar estas versões foi o 1022 que, além da data, inclui também uma indicação do dia da semana. Estes calibres foram utilizados pela primeira vez em 1972 e atestam a irrepreensível qualidade da Omega. Um exemplar em aço custa 850 euros, ao passo que os modelos banhados a ouro custam mais 150 euros.

A linha Cosmic 2000 integra também versões de 39 mm, com todos os elementos de um verdadeiro relógio de mergulho. São relógios dotados de uma luneta giratória graduada, imprescindível para a prática do mergulho, dado que permite calcular os tempos de imersão. Para tal, antes de se iniciar o mergulho, é necessário girar a luneta e ajustar o zero da escala aos ponteiros dos minutos, o que permite controlar o tempo que resta na botija de oxigénio. Contudo, apesar do visual de relógio de mergulho profissional, o Cosmic 2000 Ref. ST166.137 é estanque até à mesma profundidade de outros relógios desta linha, nomeadamente 60 m (6 bares). Num relógio de mergulho atual, 200 m de estanquidade corresponde ao valor mínimo. Um modelo com data e em estado de conservação custa cerca de 1.800 euros. Se além da data também dispuser do dia da semana, o seu preço ascende aos 1.990 euros.

A designação Cosmic poderá parecer um pouco estranha ou até mesmo contraditória do nosso ponto de vista atual. Porém, na década de 1960, o mundo vivia uma verdadeira corrida à exploração espacial. Em 1961, a União Soviética enviou a primeira missão tripulada ao espaço. Quando o Seamaster Cosmic foi lançado no mercado em 1966, os Estados Unidos já tinham iniciado o programa Apollo, que haveria de levar o primeiro homem à lua três anos depois. As pessoas acompanhavam todos estes avanços tecnológicos com grande interesse. De um ponto de vista publicitário, fazia todo o sentido que a Omega associasse o seu novo modelo a este tema fascinante.

Se estiver a pensar usar esta peça como relógio de mergulho, aconselhamos alguma prudência. Se adquirir um Cosmic 2000 novo, este será estanque até no máximo 60 metros. Porém, é pouco aconselhável utilizá-lo para nadar ou outras atividades aquáticas passados muitos anos do seu ano de fabrico. Para garantir a estanquidade do seu relógio, aconselhamo-lo a levá-lo a um relojoeiro para substituir os vedantes e proceder à respetiva verificação.

O Seamaster Cosmic foi produzido entre 1966 e 1980. Nos últimos anos de produção, teve de enfrentar a crise do quartzo, uma época em que os relógios mecânicos pareciam não ter futuro. Agora, esta fascinante versão é celebrada no mercado vintage e é uma excelente opção se este for o seu primeiro Omega.