Patek Philippe Vintage

A Patek Philippe produz, desde 1851, o que muitos consideram ser os melhores relógios do mundo. São poucas as marcas a alcançar esta reputação irrepreensível. Muitos relógios Patek sobreviveram a décadas em excelentes condições. Aliás, a longevidade e a estabilidade do valor são as promessas mais importantes desta marca suíça.

Por conseguinte, os relógios Patek Philippe raramente passam de moda. Modelos que deixaram de ser produzidos há muito tempo continuam a ser cobiçados. A marca genebrina fabrica quase todos os seus relógios em ouro maciço. Se pretende adquirir um relógio vintage cujo valor se mantenha estável, a Patek Philippe é uma das melhores opções. Os relógios desta casa não servem apenas para ler as horas, mas são também peças de alta relojoaria e, acima de tudo, um investimento seguro que não é afetado por crises financeiras.

A estabilidade do valor dos relógios Patek Philippe deve-se em grande parte ao seu design clássico. Aliás, os modelos mais antigos são mais desejados do que nunca, especialmente quando se trata de relógios com uma estética neutra e intemporal. Se um relógio se afirmou pela sua sobriedade e beleza há 50 ou 60 anos, continuará sempre a ser visto da mesma forma, sendo provável que o seu valor se mantenha durante muito tempo.

A coleção Calatrava ocupa um lugar privilegiado no catálogo da Patek Philippe e integra alguns dos modelos mais emblemáticos da marca. Esta linha existe desde 1932 e, por isso, será fácil encontrar muitos exemplares usados. O design do Calatrava distingue-se pelas suas linhas claras e depuradas inspiradas no movimento Bauhaus, na época muito em voga, e que ainda hoje é sinónimo de sobriedade. A maioria dos modelos apresenta ponteiros dauphine, índices em bastão e pequenos segundos às 6 horas. Existem também modelos com ponteiro central dos segundos e algarismos no mostrador.

O primeiro Calatrava de 1932 possui a Ref. 96 e fez parte do catálogo da marca até os anos 1970. Este foi um dos primeiros Patek a dispor de um calibre de manufatura – o calibre 12-200 de corda manual. Com a sua caixa de ouro de 31 mm, foi sempre considerado relativamente pequeno, e, por isso, atualmente é perfeito para os pulsos femininos. É possível encontrar um exemplar em bom estado de conservação por cerca de 9.000 euros. Se prefere um relógio maior, os modelos lançados nos anos 1930 com a Ref. 565 ou 570 também são uma excelente escolha. Estes relógios têm um diâmetro de quase 36 mm, mas visualmente são quase idênticos à Ref. 96. Os exemplares em bom estado de conservação rondam os 31.000 euros.

Os relógios com as Ref. 1585 e 2526 são também modelos vintage muito interessantes. O primeiro foi lançado no final dos anos 1940 e tem uma particularidade muito interessante: as asas são em forma de papiro, o que faz com que o relógio pareça muito maior do que realmente é. O preço de um exemplar em bom estado de conservação ronda os 11.000 euros. O segundo modelo, com a Ref. 2526, foi o primeiro Calatrava a vir equipado com um calibre automático (12-600AT). Um exemplar em bom estado de conservação de meados dos anos 1950, em ouro amarelo, custa cerca de 44.500 euros.

Nos anos 1940, a Patek Philippe adicionou um cronógrafo à coleção Calatrava com a Ref. 533. Este relógio de ouro de 33 mm dispõe de um submostrador para os pequenos segundos às 9 horas e de um contador para os minutos às 3 horas. Além disso, conta com uma escala taquimétrica na borda do mostrador. O preço desta peça de coleção ronda os 63.000 euros.

A maior parte dos relógios de forma da Patek Philippe são peças vintage. Falamos de todos os relógios que não possuem um formato redondo, mas sim quadrado, retangular, oval ou tonneau. Muitos destes relógios de forma são expressão da continuidade da marca, cujo design não sofreu senão ligeiras alterações ao longo do tempo. Com efeito, alguns continuam a fazer parte da atual coleção Gondolo.

Os relógios vintage são a forma mais acessível de adquirir uma peça da Patek Philippe . A gama de relógios com preços abaixo dos 10.000 euros é vasta. Se procura relógios muito antigos, sugerimos a linha Top Hat.

Este relógio retangular com o calibre de corda manual 9-90 e pequenos segundos às 6 horas data da época anterior a 1950. O nome faz referência à sua forma cilíndrica, semelhante à de uma cartola. Um Top Hat de ouro custa cerca de 8.700 euros. Já a versão de platina com índices de diamante custa mais algumas centenas de euros.

As caixas de forma retangular são muito comuns nos relógios vintage da Patek Philippe. Uma grande parte destas peças foi fabricada nos anos 1940 e a sua estética assemelha-se à do Cartier Tank. A maioria dos modelos é fabricada em ouro amarelo e o seu preço oscila entre os 11.000 e os 15.000 euros. Os modelos dos anos 70 e 80 podem custar menos de 3.000 euros.

Os relógios com caixa em forma de almofada estiveram na moda sobretudo nos anos 60. É o caso das Ref. 3525 e 3527. O primeiro, com o seu mostrador redondo e a caixa quase quadrada, tem um visual mais clássico, ao passo que o outro modelo reflete mais o espírito da época. O mostrador mantém a mesma forma de caixa, mas esta é ligeiramente mais larga do que alta. Estes dois modelos também são diferentes no interior, dado que a Ref. 3525 alberga um calibre automático, ao passo que a Ref. 3527 é animada por um calibre de corda manual. Dependendo do estado de conservação, estes relógios custam entre 7.000 e 8.900 euros.

Embora seja uma linha relativamente jovem para os padrões da Patek Philippe, a Nautilus há muito que alcançou o estatuto de culto, destacando-se também no segmento de relógios vintage. Os modelos da primeira edição com a Ref. 3700, lançados nos anos 70, são particularmente populares. Estas peças são animadas pelo movimento automático 28-255 C, que assenta no lendário calibre 920 da Jaeger-LeCoultre . Um exemplar usado em aço inoxidável custa cerca de 69.000 euros. Se optar por uma versão em ouro amarelo incrustada de diamantes, o preço pode ascender aos 100.000 euros.

Os modelos da década de 1980 com a Ref. 3800 são uma alternativa mais acessível. Com 38 mm, são um pouco mais pequenos do que o predecessor de 42 mm e alojam o calibre de manufatura 335 SC. Conte com uma verba entre 20.000 e 23.000 euros para adquirir uma destas peças. Os modelos femininos do mesmo período integram movimentos de quartzo e têm preços significativamente mais baixos: cerca de 8.000 euros.

Os relógios de bolso da Patek Philippe são evocativos de um certo espírito do passado. Possuem o charme de uma época e, como praticamente não mudaram de visual ao longo de cem anos, por vezes é difícil distinguir a fronteira entre um modelo retro e um modelo vintage. Um relógio de bolso em ouro amarelo em bom estado de conservação custa cerca de 5.000 euros. No entanto, o preço dos modelos mais raros sobe para valores mais altos.

A Patek Philippe foi fundada em 1851. Antoni Patek (1811–1877), um nobre polaco exilado em Genebra, associou-se ao talentoso relojoeiro francês Adrien Philippe (1815–1894) em 1845 para fundarem esta marca na Suíça. Um ano antes, Philippe havia inventado a coroa, que revolucionou o mundo relojoeiro, uma vez que deixava de ser necessário utilizar uma chave para dar corda ao mecanismo.

Em 1851, Patek e Philippe estiveram presentes na 1.ª Grande Exposição de Londres, onde ganharam uma das suas mais proeminentes clientes: a Rainha Vitória de Inglaterra. A monarca adquiriu logo duas peças da manufatura. A prestigiada joalharia nova-iorquina Tiffany & Co. encomendou também 130 relógios exclusivos. Em 1902, a marca patenteou o seu primeiro cronógrafo rattrapante. Em 1925, seguiu-se a patente do primeiro relógio de pulso com calendário perpétuo. Estas são só duas das muitas patentes que se seguiram.

Em 1932, os dois irmãos Jean e Charles Henri Stern adquiriram a empresa. Até então, haviam sido eles a conceber os mostradores para a Patek Philippe em exclusivo. Desde 2009, a marca é chefiada por Thierry Stern, fabricando cerca de 50.000 relógios por ano. A par da Rolex, esta é uma das poucas manufaturas de alta relojoaria que permanecem independentes.